25 de maio: Dia Internacional das Crianças Desaparecidas e Dia Nacional da Adoção

Por Portal Opinião Pública 23/05/2024 - 12:40 hs
Foto: Divulgação

Olivier Negri Filho

Nessa semana, ao ser abordado no trânsito por uma criança que se oferecia para limpar o para-brisa de meu carro, uma questão me veio em mente: sempre tenho falado de algumas datas importantes que celebram questões socioambientais ou eventos históricos. Mas o dia 25 de maio carrega consigo dois sentimentos intensos: o amor e o desespero. Nessa data se homenageiam o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas e o Dia Nacional da Adoção e ela carrega esses sentimentos que caminham lado a lado: famílias que, por amor, procuram desesperadamente por uma criança, seja pela falta provocada pela perda repentina da criança que sumiu ou pela esperança de ter um novo membro na família.

Vemos muitas crianças desaparecidas, no Brasil estima-se que cerca de 50 mil crianças e adolescentes (de 0 a 17 anos) desaparecem por ano. Vários fatores contribuem para que este número aumente a cada dia, dentre eles podemos destacar o rapto (onde a criança é arrancada do seio familiar contra sua vontade) e as crianças que sofreram toda sorte de abuso e humilhação - são aquelas que na sua maioria representam o que chamamos de ‘órfãos de pais vivos’ - e que decidem encerrar esse ciclo fugindo de casa. Independente de como a criança sumiu, a busca constante para encontrá-la gera um misto de amor e desespero na família.

Outra questão são as crianças que estão em instituições a espera de um lar que as receba, mas esse processo ainda é cheio de obstáculos. Algumas famílias esperam a ‘criança ideal’ com aparência física, idade e sexo que consideram relevantes e por não se enquadrarem no estereótipo desejado são descartadas e nesse aspecto o preconceito de raça é crucial. Outras só desejam uma pessoa que se tornará filho(a) a quem vão cuidar e dar amor, mas a burocracia no processo de adoção às vezes derruba as esperanças, chegando há anos de espera. Então o amor se converte em desespero e frustração.

Portanto, não é suficiente termos legislações como o Estatuto da Criança e do Adolescente que enumeram seus direitos enquanto crianças são obrigadas a trabalhar, são levadas do seio familiar à força ou aguardam eternamente por uma família em abrigos. É essencial cultivar o espírito solidário e o amor ao próximo. Vemos pessoas que se preocupam com os animais abandonados ou que sofrem maus tratos, e isso é louvável, mas imagine se mais crianças tivessem o mesmo tratamento?

A palavra amor simboliza tudo aquilo que devemos ter para ajudar quem mais precisa.

Abraços.